Vou falar do meu e do teu, porque toda a gente tem.
O Ego é como tudo o que faz parte de nós. É útil, desde que não seja em exagero!
Mas o Ego apresenta caraterísticas, por muitos ignoradas, que podem ser muito prejudiciais.
O Ego é esta imagem que eu tenho de mim. Uma identidade criada e baseada nas coisas que tenho, seja uma casa ou uma nacionalidade, um estado civil, uma maneira de agir, de pensar, de ser.
Quem vive só do Ego, nunca sabe verdadeiramente quem é, apenas sabe quem é esta personagem que criou durante esta sua existência. Pergunte ao Ego quem é e irá ouvir respostas como, sou a mãe da Sofia, o filho do António, o engenheiro Miguel, a esposa do Cardoso, etc, etc ...
Neste sentido, uma mulher que sempre se viu sendo a Esposa do Sr. Tal, pode ver num divórcio o fim da sua existência, mesmo que não fosse feliz nesse casamento. E um homem que se identifica com as duas ou três letras antes do seu nome, não será capaz de se desprender deste Eu criado, correndo o risco de sentir que perde a sua personalidade.
O Ego precisa de descrever o que tem, porque sem ter nada não é ninguém. Quanto maior o valor dado ao que se tem, maior o Ego e maior a importância autoatribuída.
Não há nada de mal em ter-se uma alta imagem de si próprio ou de alguma das suas caraterísticas, até poderá ser muito produtivo na evolução da nossa vida.
Mas há só um problema, um grande problema. O Ego não vive do que pensa de si ... Vive do que os outros pensam de si!
Se o Ego está, e está, dependente da opinião e julgamento dos outros, será sempre inconstante, e tão depressa pode passar a mais como passar a ser menos. A tal expressão, "Passar de cavalo para burro".
Perder tudo ou a única coisa que engrandecia o Ego pode muito facilmente representar para uma pessoa deixar de ser alguém, passar a ser um zero à esquerda!
Viver do Ego traz-nos grandes limitações para a nossa vida!
Muitas escolhas serão feitas motivadas pelo e para o engrandecimento do Ego. Muitas opções não serão consideradas para que o Ego não perca a sua identidade.
Resumindo, não irás viver a tua vida em função do que te deixa feliz e corresponde ao teu Ser único e pessoal. Irás viver uma vida em função das ideias assimiladas do que alguém no teu papel deverá ser e fazer. Irás viver para sempre confinado dentro de um "colete de forças", que é a identidade que criaste ou desejas criar.
Mas há ainda uma outra limitação, talvez mais importante, oferecida pelo facto de o Ego viver (ou morrer) da opinião dos outros.
É que quando essa opinião não é boa, tudo cai por terra, e com isso o nosso valor também.
Quando o Ego não é reconhecido sente-se desvalorizado, injustiçado, inferiorizado! É assim que nos sentimos, porque são esses os pensamentos que temos, e são esses pensamentos que alteram as vibrações da nossa energia!
Quanto mais vivemos do Ego, mais oscilantes vão ser as nossas vibrações e mais difíceis de controlar.
Mais andaremos (a nossa energia) ao sabor do vento, diga-se, da atitude dos outros.
É o perder o controlo de nós próprios e da nossa vida!
Por isso, se estás rodeado de familiares e amigos que te apoiam e engrandecem, poderás até sentir o Ego como um catalisador para o teu bem-estar e prosperidade.
Se não for o caso, será a oportunidade de perceberes que mais tarde ou mais cedo o Ego será o teu pior inimigo. E mais vale cedo do que tarde!
Boa noite, sempre muito esclarecdor , e, nem de proposito, vou transcrever algo que acabei de ler " A nossa sociedade dedica-se quase exclusivamente à celebração do ego, com todas as suas tristes fantasias sobre o sucesso e o poder, exaltando precisamente as forças da ganância e ignorância que estao a destruir o planeta" Sogyal Rinpoche
ResponderEliminarObrigada pelo comentário!
EliminarSim, por vezes o ego sente necessidade de se sobrepor ou afirmar no mundo, muitas vezes passando por cima de tudo, até de si próprio, para alcançar o que deseja. Mas essa é uma visão do ego banalizada como tendo só esse tipo de caraterísticas, e por isso dando a entender que o ego pertence só a alguns.
É preciso ter em conta que sempre que identificamos quem somos com algo, nem que seja uma qualidade de personalidade, essa identificação pertence ao ego, e não há ninguém que não se identifique com nada. E como tal, só a ideia, por exemplo, de alguém estar a tentar mudar algo em nós, provoca ao ego medo e reação de autodefesa e ataque. Por isso a maioria das pessoas sente-se irritada (ameaçada) quando alguém tem uma opinião diferente da sua.
Bjs