Para alguém dar o seu melhor tem de estar no seu melhor, senão quanto muito dá o seu mais ou menos, ou arrisca-se até a dar o seu pior.
Quantas vezes te sacrificas pelo bem-estar dos outros?
Dos filhos, do marido ou da mulher, dos pais, família e amigos ... vizinhos e apenas conhecidos até?
NÃO é uma palavra que te custa dizer e fazer o que te apetece parece-te um ato de egoísmo.
Todos precisam de ti e a tua hora parece nunca chegar ...
De geração em geração somos ensinados de que quem pensa em si em primeiro lugar é egoísta e logo uma má pessoa. Desde pequenos aprendemos que para sermos bons e bonitos e gostarem de nós temos de dar/partilhar o que é nosso, fazer o que não queremos e calar quando as nossas vontades não são respeitadas, sob perigo de ouvirmos um "És mau!" ou "Já não gosto mais de ti!". Palavras vás e ditas da boca para fora, claro, mas para uma criança que está a absorver o mundo, assim forma-se a sua realidade.
Mas o que devíamos aprender é que "mau" é exigir que os outros façam o que queremos para nos sentirmos melhor, e vice-versa, que alguém queira o nosso sacrifício para que eles estejam bem.
Devíamos aprender que não há nada mais importante que a nossa vontade, e sim, devemos também aprender a ceder e a comprometer, desde que não implique o mal-estar de ninguém, inclusive o nosso, e desde que não seja uma prática corrente.
Devíamos aprender a ser Egoístas? Claro que sim!!!
Eventualmente chega a uma altura da tua vida, uns mais tarde, outros mais cedo, em que dás-te conta que não podes continuar a dar tudo o que tens e és.
Normalmente isto acontece quando chegas ao teu limite, a um ponto de rutura, em que percebes que já mais não podes dar, porque mais nada tens para dar.
Já deste tudo e parece que não sobra nada, nem para ti mesmo, nem para os que contam contigo, e aí vem o desespero e a angústia e a falta de vontade de viver para um corpo e mente esgotados e nunca recompensados.
O pior é que quanto mais te esgotas, menos qualidade tens para dar.
Se és uma mulher que constantemente se sacrifica pelo bem-estar do seu marido e dos seus filhos, pela harmonia e manutenção do seu lar, e dia após dia vês a tua energia a desaparecer.
Tornas-te amarga? Triste? Cansada e sem vontade de viver?
Se és um homem que sacrifica os seus sonhos para dar estabilidade e segurança à sua família, que passa a ser o motorista das atividades das crianças, que abre mão da aventura e espontaneidade.
Tornas-te depressivo? Impotente? Envelheces mais depressa?
Em prol dos conceitos que interiorizas-te sentes-te obrigada/o a te sacrificar, mas não lhe chamas sacrifício. Chamas-lhe dever ... responsabilidade ... obrigação ... e então dizes que tem de ser assim, que não tens escolha.
Mas todos temos escolha e a melhor escolha será sermos felizes e fazermos os outros felizes. E para isso temos de estar no nosso melhor, de sermos o nosso melhor.
Tirar tempo para ti, cuidar de ti, fazer o que tens vontade, dizer não às vontades dos outros!
Não ir aquele jantar ou lugar só porque não te apetece, não atender um telefonema, não estar sempre disponível, não é ser mau, nem ser feio, é respeitar as tuas vontades e atender ao teu interior que grita por atenção e cuidados.
Dá quando quiseres dar e darás sempre o melhor de ti!