A frase não diz que quem madruga é trabalhador ou boa pessoa. E também não diz que a quem madruga, Deus recompensa ou dá mais valor.
Deus ajuda! Quem madruga recebe a ajuda de Deus, recebe a graça divina, é auxiliado na sua vida.
Seria assim ... eu planto uma batata e Deus planta mais duas ou três, e quando chega a hora de colher, eu tenho quatro e não só a uma que plantei.
Será este um exemplo sem possibilidade? Talvez. Mas estes são os milagres, são o receber em função da energia que se dá e não do esforço que se faz. São o deixar que as coisas venham até nós sem razão lógica aparente.
O ser humano sabe que isto é assim. Pode não compreender como, mas pela sua observação da vida vai chegando às suas conclusões. Todo o conhecimento é fruto primeiro de uma observação, conjunção e dedução. Como alguém que junta duas peças de um mesmo puzzle e de repente tudo fica mais conhecido e faz mais sentido. Alguns menos atentos nunca chegaram a conclusão nenhuma. Alguns menos crédulos nunca aceitaram as conclusões dos outros. Mas todos nós vivemos a vida da mesma forma e a vida nos acontece da mesma forma, e é possível observar, refletir e compreender, porque duas peças que não combinam, jamais irão encaixar na perfeição.
Mas quem são estes madrugadores a quem Deus dá a sua ajuda divina. Será que basta levantar cedo? Será que quem levanta tarde irá ter de levantar sozinho todas as pedras do seu caminho?
Na verdade pouco importa a hora a que nos levantamos, mas sim a vibração energética em que começamos o dia. Ou seja, a forma como as primeiras horas do nosso dia desenrolam-se, pelo ponto de vista da nossa energia emocional.
E aqui entra a explicação baseada em algum conhecimento sobre as leis do universo.
Como a maioria de vós já saberá, os nossos pensamentos alteram as nossas emoções.
A nossa energia, em função do nosso estado emocional, flutua em função dos pensamentos que pensamos durante um dia e todos os outros que já são um hábito dentro de nós.
Enquanto dormimos, tudo entra em pausa, e o nosso estado energético volta ao seu estado normal e positivo.
Mas quando acordamos temos a opção (embora seja difícil de olhar para isto como uma opção) de voltar a ativar a energia dos pensamentos do dia anterior, e todos os outros, ou não.
Por exemplo, quando acordas, quanto tempo demoras a lembrar-se de uma chatice que tiveste no dia anterior? Se não foi assim tão grave, provavelmente só irás lembrar-te mais para o meio do dia ou da tarde, mas se foi algo muito sério para ti, e em que não conseguias deixar de pensar, no dia seguinte, quase logo mal acordas voltas a lembrar-te e a ativar essa energia de raiva, desilusão ou frustração.
E este quase mal acordas é que faz toda a diferença, porque há uns segundos em que o cérebro acorda ainda no estado zero.
Levantar de madrugada, especialmente para quem não é propriamente obrigado a o fazer, seja um empresário, seja um agricultor, requer uma determinação e um foco nos seus objetivos e futuro.
Requer uma capacidade de começar o dia quando o dia ainda não começou. E aí é que está. Para o cérebro, que está programado a saber quando começa e termina o dia, mesmo que a pessoa já esteja acordada e levantada, o dia ainda não começou. Ainda está no estado zero. O estado de onde tudo ainda é possível.
Deste estado recebe inspiração e ideias, recebe ajudas inesperadas e invisíveis, tudo corre bem e ainda melhor!
Por outro lado, existem aqueles que madrugam, mas detestam e sentem-se obrigados, quer pela situação em que estão, quer obrigados por si mesmos em função de um ideal de dever ser.
A estes Deus não ajuda nada.
Porque as suas vibrações estão negativas. Começam o dia da pior maneira e vão fazendo as coisas sim, mas sempre sozinhos e com muita luta e dificuldade. Com um passo para a frente e dois para trás.
Então como fazer?
Levantar cedo só é produtivo quando é fruto da própria vontade. Quando o impulso para levantar é tão forte que não faz sentido não o fazer.
Obrigar-se a levantar cedo não é produtivo. Estar na cama a condenar-se por não levantar não é produtivo. Levantar tarde e sentir-se culpado não é produtivo.
É importante respeitar os impulsos que recebemos, mesmo sabendo que são fruto de hábitos negativos e menos produtivos, porque lutar contra os impulsos do corpo é criar ainda mais resistência e mais energia negativa dentro de nós.
Como disse antes, a hora a que nos levantamos não é tão importante quanto o estado energético com que nos levantamos. Se a vontade de ficar na cama mais uns (ou muitos) minutos é forte e incontrolável, então o importante é tornar esses minutos o mais positivos possível, focando a nossa atenção na apreciação desse momento de bem-estar, em vez de focar a nossa atenção no ter de levantar, ou nas coisas que estão por fazer, ou nos problemas para resolver, ou nos acontecimentos negativos do dia anterior.
Ou seja, é focar a nossa atenção de forma a não ativar logo pela manhã, a energia de pensamentos negativos que estavam ativos no dia anterior. Escolhendo deixar-los ir. Escolhendo apreciar o momento de conforto e preguiça. Escolhendo usar o controlo que temos, não sobre a situação que está a ocorrer, que é a de não estar a conseguir levantar cedo da cama, mas sobre os pensamentos que temos durante esse momento e que vão ser a base para o resto do dia.
A madrugada é um excelente lugar para se começar o dia. Torna tudo muito mais fácil. Mas desde que não seja uma situação forçada.