O febre é então um mecanismo de defesa, de proteção do corpo, neste caso com o intuito de equilibrar o estado emocional.
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O nosso corpo é formado por tecidos, que são formados por células, que são formadas por moléculas, que são formadas por átomos.
Cada molécula tem uma vibração.
O nosso corpo é formado por tecidos, que são formados por células, que são formadas por moléculas, que são formadas por átomos.
Cada molécula tem uma vibração.
Ou seja, vibra a uma determinada velocidade.
No corpo humano, apesar da vibração de cada molécula em si, o movimento não é muito. Em certos casos move-se um pouco mais, e em outros não se move nada, como no caso do osso, mas todos sem sair do seu recipiente que é o corpo humano.
Nós vivemos num ecossistema que apresenta diferentes estados em que a matéria pode ser encontrada – sólida, fluída e gasosa.
Os sólidos mantêm a sua forma, apesar da vibração das suas moléculas. Os fluídos adotam a forma do fundo do que as contém. E o ar é móvel e preenche todo o recipiente, todo o espaço disponível.
E o nosso corpo, que representa um estado sólido no ecossistema em que vivemos – o planeta Terra, também é um ecossistema que engloba em si os diferentes estados da matéria.
Dentro de nós encontramos o sólido, os ossos, que não alteram a sua forma de forma alguma, independentemente de estarem agarrados ao resto do corpo ou não – podemos libertar um osso de todos os tecidos que tem agarrados e até separá-los uns dos outros, que a forma de cada um é inalterável. Temos também o fluído, como por exemplo o sangue, que, como um rio, preenche o fundo do leito que o contém, neste caso as veias e artérias, e que sem mecanismos de bombeamento ficaria para sempre no fundo do corpo. E temos também o ar dentro de nós, que preenche todos os nossos espaços vazios.
Mas onde se enquadram os músculos e outros tecidos do corpo?
Não são fluídos com certeza, mas sólidos como um osso também não são. No entanto, pela definição da matéria enquadram-se nas matérias sólidas, pois mantêm a sua forma, embora a sua forma possa ser maleável e manipulável, coisa que um osso não é.
Eu gostaria de lhes chamar semi-sólidos ou semi-fluídos.
E nestes semi-sólidos ou semi-fluídos, o seu estado pode ser alterado para um mais sólido ou menos sólido, não alterando as suas moléculas, e por isso não alterando a definição do que são, mas alterando a sua vibração, e por isso as suas características e capacidades.
Neste tipo de tecidos, como o muscular por exemplo, quanto mais a mobilidade das suas moléculas diminui, mais solidifica, e mais deixa de ser quem é, de certa forma, pois deixa de poder desempenhar as suas funções.
O músculo, literalmente, cada vez mais se assemelha ao osso!
Mas não passa a ser osso! Age como um osso, sente-se ao toque como um osso, (não) move-se como um osso, mas não passa a ser osso.
As suas moléculas continuam a ser as mesmas e a mobilidade delas pode voltar a ser restituída.
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Mas o que faz uma molécula mover-se de uma certa forma ou outra?
No corpo humano o movimento é originado através do calor.
Nós comemos para termos combustível para produzir calor, da mesma forma que deitamos lenha para a caldeira da locomotiva para originar fogo e produzir calor.
Este calor é o que vai por a locomotiva a trabalhar, e no nosso corpo, é o calor produzido pela combustão dos alimentos que põe a nossa máquina a trabalhar.
Quer no ecossistema do mundo, quer no ecossistema do nosso corpo, a lei da termodinâmica aplica-se sempre e diz: nenhuma energia se ganha ou se perde, toda se transforma. Mas no processo de transformação deixa de estar disponível para novo uso.
A cada momento no nosso corpo, temos várias moléculas a originar níveis de calor diferentes, logo com temperaturas diferentes, mas no seu global, a temperatura média é de cerca de 36,8ºC.
Um osso não irá produzir muito calor, praticamente nada, mas já um músculo produz muito calor, e quanto mais se move, mais calor produz.
Quando este músculo solidifica e deixa de produzir calor, deixa de contribuir para a temperatura média saudável do corpo e esta pode descer.
O nosso corpo é muito inteligente e está sempre atento a ameaças, externas ou internas, e quando sente uma parte de si a parar, ativa os mecanismos de defesa para combater o problema.
O febre é um destes mecanismos que funciona de duas formas. Por um lado a alta temperatura é uma tentativa de mitigar a baixa temperatura causada pelos bloqueios que estão a ocorrer. Por outro lado introduz sensação de frio ao corpo para que este seja forçado a trabalhar mais e a sair do estado letárgico em que está.
Com o frio o corpo treme, ou seja, os músculos são obrigados a vibrar a uma velocidade mais rápida, o que vai produzir, no seu todo, um aumento de temperatura.
Claro que o febre também tem outras funções, como destruir vírus presentes no corpo através de temperaturas altas às quais os vírus não conseguem sobreviver, mas para o efeito deste artigo, esse propósito não é agora relevante, e para o funcionamento do corpo, esse propósito também é o menos relevante, uma vez que é o menos usual.
Na maioria dos casos, o febre deve-se à tentativa do corpo de combater um estado emocional negativo.
Um estado fluído que está a deixar de ser tão fluído. Um estado menos sólido que está a passar a ser completamente sólido.
- - - -
Na criança esta resposta do corpo é muito mais rápida e intensa, pois a tolerância do corpo da criança à emoção negativa é muito menor.
Com o tempo, e com o hábito, a tolerância aumenta e o mecanismo de resposta diminui.
Mas sempre que algo novo acontece que não faz já parte do hábito, o mecanismo de novo é ativado.
No adulto o febre e a doença acontece com frequência em períodos de muito stress ou acontecimentos que abalam o estado emocional.
Quando falamos de estado emocional a maioria das pessoas associa a algo abstrato produzido pela mente, mas o estado emocional é o estado em que a energia se move no nosso corpo, e quando este movimento é alterado com intensidade e quantidade, o estado geral altera-se, e nós sentimos.
- - - -
Tudo o que sentimos é em função da consciência que tomamos do estado emocional em que estamos.
Podemos não entender e não saber quais são as alterações que estão a acontecer no corpo, mas sentimos quando a alteração se torna generalizada e nos faz sentir de forma diferente.
Quando alguém diz que sente medo, nem sempre percebe que as suas pupilas estão a dilatar, que as suas narinas estão a abrir, que os seus músculos estão a contrair, que o batimento do seu coração está a acelerar, etc, etc, mas o seu consciente consegue ter a perceção suficiente para, no seu todo, juntar as peças e identificar este novo estado, como um de medo.
- - - -
Eu sinto medo! O Eu não sabe porque está a dizer que sente medo, além de olhar para o exterior a si e tentar identificar a causa deste sentimento de medo – por vezes acerta, outras vezes nem tanto.
O Eu não sabe todo o trabalho “computacional” que está a ocorrer dentro do seu cérebro e a analisar toda a informação que está a receber de cada uma das suas moléculas e a dar uma média do ponto da situação.
O Eu só sabe o que o seu consciente lhe diz sobre a média do seu estado emocional.
Diz-lhe o que sentir e o Eu diz que sente.
Mas a média do estado emocional é tão relevante para o corpo como é a média do número de desempregados para o governo de um país.
Para o desgraçado que está sem emprego e a passar fome, a média do país é irrelevante pois a sua sobrevivência no momento não depende das flutuações da economia.
A economia pode até estar a melhorar que, sem condições, aquela pessoa pode morrer à fome e ao frio.
No geral, para uma economia, a vida de um não é assim tão importante e por isso os cidadãos olham para os sem abrigo como formações abstratas da natureza – estão lá, mas não estão – e o mesmo pensa o nosso corpo.
A média é o que é importante, porque a média é o que nos diz em direção o nosso corpo está a caminhar e as nossas possibilidades de sucesso de sobrevivência. E é disso que a nossa consciência é informada e sabe.
Mas quer num país, quer num corpo, a ignorância é o verdadeiro perigo.
E o hábito faz a ignorância!
Tomamos uma situação como normal quando nos habituamos a ela e por isso deixamos de a registar como um perigo.
E quando voltamos a dar a nossa atenção, a nossa consciência, a essa situação, muitas vezes o problema já está muito pior e até fora do nosso controle.
Afinal, a emoção negativa é como um cancro, que vai crescendo e minando tudo à sua volta.
E o corpo vai lendo a média, reagindo à média, e depois habituando-se à média … Até que a média volte a mudar, e o processo volta a repetir-se.
- - - -
Voltemos então de novo ao febre …
Se o corpo lê, na sua média, que o corpo está a diminuir a sua capacidade de produzir calor, e assim, manter a máquina a funcionar, ele irá ordenar a si mesmo a ativação de mecanismos que alterem este estado. Um deles é o febre!
O febre é, neste caso, uma resposta à diminuição da média da temperatura corporal!
Claro que o ser humano raramente nota que assim é, porque a resposta / reação do corpo é mais rápida que a consciência.
Ou seja, antes que o Eu possa ter consciência do que se está a passar, já o corpo ativou os mecanismos de defesa, e o Eu sente, não o frio, mas sim o calor originado pelo febre.
E aqui entra outro componente que nem sempre é entendido …
Por exemplo, muitas vezes as pessoas associam o ficar doentes ao passar frio, no sentido em que, devido a estarem expostas ao frio, apanham uma doença originada pelo vírus da gripe.
Mas o que acontece é uma confusão no sistema, causada por uma intolerância emocional, neste caso significando intolerância à emoção negativa não do corpo, mas do Eu.
Vou explicar melhor …
Nós precisamos que o corpo tenha intolerância emocional. Quanto mais, melhor. Pois mais cedo nos dá consciência de que há um problema e mais cedo ativa os mecanismos de resposta.
Mas a intolerância emocional do Eu é outra coisa. É a intolerância do Eu a SENTIR emoção negativa.
E reage a este sentimento com mais emoção negativa – seja medo, dúvida, insegurança, irritação, etc.
Ou seja, o Eu sente e reage ao que sente alterando ainda mais o estado do seu corpo. Começa a produzir pensamentos que passam, no caso do frio, por irritação pelo desconforto que está a sentir, pela incerteza sobre a razão de estar a sentir frio, apesar de poder estar de manga curta em um ambiente frio, e medo causado pela imaginação de um cenário em que irá ficar doente ou até morrer (para os mais exagerados).
A emoção negativa exagerada que surgiu em função do sentir frio, causa uma alteração ao estado emocional e à média estabelecida e aciona os mecanismos de proteção do corpo.
O febre e outros sintomas surgem assim, não porque existe um vírus, mas porque o corpo foi enganado pela intolerância do Eu.
No médico o diagnóstico é feito em função dos sintomas. Tem febre, logo tem vírus, dizem eles.
E também pouco importa. Afinal a medicação é endereçada para combater os sintomas e quando os sintomas desaparecem, assume-se que tudo está bem.
Até aqui não haveria problema algum, senão fosse pelo facto de que continuamos a enganar o corpo e o Eu e a contribuir para que a tolerância do primeiro continue a aumentar e a do segundo continue a diminuir. Ou, usando os termos antes utilizados, para que a intolerância emocional do corpo continue a diminuir e a intolerância emocional do Eu continue a aumentar.
O Eu cada vez mais vive na ignorância do que se passa em si, porque o corpo cada vez mais acomoda-se à emoção negativa.
E como cada vez mais vive na ignorância, mais reage ao que não conhece, por não entender e temer as consequências.
Vive perdido dentro de si mesmo, sem conhecer a si próprio e a esperar sempre o pior.
No corpo humano, apesar da vibração de cada molécula em si, o movimento não é muito. Em certos casos move-se um pouco mais, e em outros não se move nada, como no caso do osso, mas todos sem sair do seu recipiente que é o corpo humano.
Nós vivemos num ecossistema que apresenta diferentes estados em que a matéria pode ser encontrada – sólida, fluída e gasosa.
Os sólidos mantêm a sua forma, apesar da vibração das suas moléculas. Os fluídos adotam a forma do fundo do que as contém. E o ar é móvel e preenche todo o recipiente, todo o espaço disponível.
E o nosso corpo, que representa um estado sólido no ecossistema em que vivemos – o planeta Terra, também é um ecossistema que engloba em si os diferentes estados da matéria.
Dentro de nós encontramos o sólido, os ossos, que não alteram a sua forma de forma alguma, independentemente de estarem agarrados ao resto do corpo ou não – podemos libertar um osso de todos os tecidos que tem agarrados e até separá-los uns dos outros, que a forma de cada um é inalterável. Temos também o fluído, como por exemplo o sangue, que, como um rio, preenche o fundo do leito que o contém, neste caso as veias e artérias, e que sem mecanismos de bombeamento ficaria para sempre no fundo do corpo. E temos também o ar dentro de nós, que preenche todos os nossos espaços vazios.
Mas onde se enquadram os músculos e outros tecidos do corpo?
Não são fluídos com certeza, mas sólidos como um osso também não são. No entanto, pela definição da matéria enquadram-se nas matérias sólidas, pois mantêm a sua forma, embora a sua forma possa ser maleável e manipulável, coisa que um osso não é.
Eu gostaria de lhes chamar semi-sólidos ou semi-fluídos.
E nestes semi-sólidos ou semi-fluídos, o seu estado pode ser alterado para um mais sólido ou menos sólido, não alterando as suas moléculas, e por isso não alterando a definição do que são, mas alterando a sua vibração, e por isso as suas características e capacidades.
Neste tipo de tecidos, como o muscular por exemplo, quanto mais a mobilidade das suas moléculas diminui, mais solidifica, e mais deixa de ser quem é, de certa forma, pois deixa de poder desempenhar as suas funções.
O músculo, literalmente, cada vez mais se assemelha ao osso!
Mas não passa a ser osso! Age como um osso, sente-se ao toque como um osso, (não) move-se como um osso, mas não passa a ser osso.
As suas moléculas continuam a ser as mesmas e a mobilidade delas pode voltar a ser restituída.
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Mas o que faz uma molécula mover-se de uma certa forma ou outra?
No corpo humano o movimento é originado através do calor.
Nós comemos para termos combustível para produzir calor, da mesma forma que deitamos lenha para a caldeira da locomotiva para originar fogo e produzir calor.
Este calor é o que vai por a locomotiva a trabalhar, e no nosso corpo, é o calor produzido pela combustão dos alimentos que põe a nossa máquina a trabalhar.
Quer no ecossistema do mundo, quer no ecossistema do nosso corpo, a lei da termodinâmica aplica-se sempre e diz: nenhuma energia se ganha ou se perde, toda se transforma. Mas no processo de transformação deixa de estar disponível para novo uso.
A cada momento no nosso corpo, temos várias moléculas a originar níveis de calor diferentes, logo com temperaturas diferentes, mas no seu global, a temperatura média é de cerca de 36,8ºC.
Um osso não irá produzir muito calor, praticamente nada, mas já um músculo produz muito calor, e quanto mais se move, mais calor produz.
Quando este músculo solidifica e deixa de produzir calor, deixa de contribuir para a temperatura média saudável do corpo e esta pode descer.
O nosso corpo é muito inteligente e está sempre atento a ameaças, externas ou internas, e quando sente uma parte de si a parar, ativa os mecanismos de defesa para combater o problema.
O febre é um destes mecanismos que funciona de duas formas. Por um lado a alta temperatura é uma tentativa de mitigar a baixa temperatura causada pelos bloqueios que estão a ocorrer. Por outro lado introduz sensação de frio ao corpo para que este seja forçado a trabalhar mais e a sair do estado letárgico em que está.
Com o frio o corpo treme, ou seja, os músculos são obrigados a vibrar a uma velocidade mais rápida, o que vai produzir, no seu todo, um aumento de temperatura.
Claro que o febre também tem outras funções, como destruir vírus presentes no corpo através de temperaturas altas às quais os vírus não conseguem sobreviver, mas para o efeito deste artigo, esse propósito não é agora relevante, e para o funcionamento do corpo, esse propósito também é o menos relevante, uma vez que é o menos usual.
Na maioria dos casos, o febre deve-se à tentativa do corpo de combater um estado emocional negativo.
Um estado fluído que está a deixar de ser tão fluído. Um estado menos sólido que está a passar a ser completamente sólido.
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Na criança esta resposta do corpo é muito mais rápida e intensa, pois a tolerância do corpo da criança à emoção negativa é muito menor.
Com o tempo, e com o hábito, a tolerância aumenta e o mecanismo de resposta diminui.
Mas sempre que algo novo acontece que não faz já parte do hábito, o mecanismo de novo é ativado.
No adulto o febre e a doença acontece com frequência em períodos de muito stress ou acontecimentos que abalam o estado emocional.
Quando falamos de estado emocional a maioria das pessoas associa a algo abstrato produzido pela mente, mas o estado emocional é o estado em que a energia se move no nosso corpo, e quando este movimento é alterado com intensidade e quantidade, o estado geral altera-se, e nós sentimos.
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Tudo o que sentimos é em função da consciência que tomamos do estado emocional em que estamos.
Podemos não entender e não saber quais são as alterações que estão a acontecer no corpo, mas sentimos quando a alteração se torna generalizada e nos faz sentir de forma diferente.
Quando alguém diz que sente medo, nem sempre percebe que as suas pupilas estão a dilatar, que as suas narinas estão a abrir, que os seus músculos estão a contrair, que o batimento do seu coração está a acelerar, etc, etc, mas o seu consciente consegue ter a perceção suficiente para, no seu todo, juntar as peças e identificar este novo estado, como um de medo.
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Eu sinto medo! O Eu não sabe porque está a dizer que sente medo, além de olhar para o exterior a si e tentar identificar a causa deste sentimento de medo – por vezes acerta, outras vezes nem tanto.
O Eu não sabe todo o trabalho “computacional” que está a ocorrer dentro do seu cérebro e a analisar toda a informação que está a receber de cada uma das suas moléculas e a dar uma média do ponto da situação.
O Eu só sabe o que o seu consciente lhe diz sobre a média do seu estado emocional.
Diz-lhe o que sentir e o Eu diz que sente.
Mas a média do estado emocional é tão relevante para o corpo como é a média do número de desempregados para o governo de um país.
Para o desgraçado que está sem emprego e a passar fome, a média do país é irrelevante pois a sua sobrevivência no momento não depende das flutuações da economia.
A economia pode até estar a melhorar que, sem condições, aquela pessoa pode morrer à fome e ao frio.
No geral, para uma economia, a vida de um não é assim tão importante e por isso os cidadãos olham para os sem abrigo como formações abstratas da natureza – estão lá, mas não estão – e o mesmo pensa o nosso corpo.
A média é o que é importante, porque a média é o que nos diz em direção o nosso corpo está a caminhar e as nossas possibilidades de sucesso de sobrevivência. E é disso que a nossa consciência é informada e sabe.
Mas quer num país, quer num corpo, a ignorância é o verdadeiro perigo.
E o hábito faz a ignorância!
Tomamos uma situação como normal quando nos habituamos a ela e por isso deixamos de a registar como um perigo.
E quando voltamos a dar a nossa atenção, a nossa consciência, a essa situação, muitas vezes o problema já está muito pior e até fora do nosso controle.
Afinal, a emoção negativa é como um cancro, que vai crescendo e minando tudo à sua volta.
E o corpo vai lendo a média, reagindo à média, e depois habituando-se à média … Até que a média volte a mudar, e o processo volta a repetir-se.
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Voltemos então de novo ao febre …
Se o corpo lê, na sua média, que o corpo está a diminuir a sua capacidade de produzir calor, e assim, manter a máquina a funcionar, ele irá ordenar a si mesmo a ativação de mecanismos que alterem este estado. Um deles é o febre!
O febre é, neste caso, uma resposta à diminuição da média da temperatura corporal!
Claro que o ser humano raramente nota que assim é, porque a resposta / reação do corpo é mais rápida que a consciência.
Ou seja, antes que o Eu possa ter consciência do que se está a passar, já o corpo ativou os mecanismos de defesa, e o Eu sente, não o frio, mas sim o calor originado pelo febre.
E aqui entra outro componente que nem sempre é entendido …
Por exemplo, muitas vezes as pessoas associam o ficar doentes ao passar frio, no sentido em que, devido a estarem expostas ao frio, apanham uma doença originada pelo vírus da gripe.
Mas o que acontece é uma confusão no sistema, causada por uma intolerância emocional, neste caso significando intolerância à emoção negativa não do corpo, mas do Eu.
Vou explicar melhor …
Nós precisamos que o corpo tenha intolerância emocional. Quanto mais, melhor. Pois mais cedo nos dá consciência de que há um problema e mais cedo ativa os mecanismos de resposta.
Mas a intolerância emocional do Eu é outra coisa. É a intolerância do Eu a SENTIR emoção negativa.
E reage a este sentimento com mais emoção negativa – seja medo, dúvida, insegurança, irritação, etc.
Ou seja, o Eu sente e reage ao que sente alterando ainda mais o estado do seu corpo. Começa a produzir pensamentos que passam, no caso do frio, por irritação pelo desconforto que está a sentir, pela incerteza sobre a razão de estar a sentir frio, apesar de poder estar de manga curta em um ambiente frio, e medo causado pela imaginação de um cenário em que irá ficar doente ou até morrer (para os mais exagerados).
A emoção negativa exagerada que surgiu em função do sentir frio, causa uma alteração ao estado emocional e à média estabelecida e aciona os mecanismos de proteção do corpo.
O febre e outros sintomas surgem assim, não porque existe um vírus, mas porque o corpo foi enganado pela intolerância do Eu.
No médico o diagnóstico é feito em função dos sintomas. Tem febre, logo tem vírus, dizem eles.
E também pouco importa. Afinal a medicação é endereçada para combater os sintomas e quando os sintomas desaparecem, assume-se que tudo está bem.
Até aqui não haveria problema algum, senão fosse pelo facto de que continuamos a enganar o corpo e o Eu e a contribuir para que a tolerância do primeiro continue a aumentar e a do segundo continue a diminuir. Ou, usando os termos antes utilizados, para que a intolerância emocional do corpo continue a diminuir e a intolerância emocional do Eu continue a aumentar.
O Eu cada vez mais vive na ignorância do que se passa em si, porque o corpo cada vez mais acomoda-se à emoção negativa.
E como cada vez mais vive na ignorância, mais reage ao que não conhece, por não entender e temer as consequências.
Vive perdido dentro de si mesmo, sem conhecer a si próprio e a esperar sempre o pior.