Todos sabemos disto, porque todos sabemos as parvoíces que fazemos quando metemos paixão na equação.
Mas quem diz que são parvoíces?
Diz o Eu que depois de sair do seu estado de paixão e sucumbir a um mais negativo, como a desilusão ou a raiva, começa a julgar o certo e o errado e a condenar-se pelas escolhas anteriores, assumindo-as como erradas.
Se agora odeia uma pessoa ou uma situação em que se meteu, olha para a escolha do passado como uma má escolha.
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(Antes de continuar com este artigo quero só deixar aqui as definições para alguns dos termos que estou a introduzir:
Por Eu, refiro-me ao Ego, à identidade, ao pensamento da mente consciente.
Por Aquele Que Sou, refiro ao corpo, ao estado emocional do corpo, aos hábitos e programas da mente subconsciente.)
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Quanto mais vibram as moléculas do nosso corpo, mais elevado e positivo o nosso estado emocional é.
A paixão está bem lá no topo da escala emocional, a vibrar a uma frequência quase tão alta quanto a liberdade e o amor.
Isto significa que o Eu não está a introduzir pensamentos que causam resistência e bloqueios no corpo e que tornam a sua emoção negativa.
Perante esta situação, não só o corpo fica mais leve, flexível e saudável, como o Eu sente-se muito mais feliz e bem-disposto.
Tudo é cor-de-rosa, tudo é maravilhoso! E no entanto, apesar de esta ser a forma como toda a gente diz que quer viver, esta é a parte que não agrada ao Eu, pois neste estado emocional, ele sabe que fica cego para os perigos, para os problemas, e para os aspetos negativos desse outro alguém ou situação.
E quando a emoção vibra a uma velocidade muito alta, como o é no caso da paixão, o Eu não tem voto na matéria. A sua voz não é ouvida, as suas opiniões são desvalorizadas, os seus medos são ignorados.
Pela paixão, pelo amor, e pela liberdade, o Homem é capaz de tudo. É capaz de submeter-se ao ridículo. É capaz de correr riscos e não se importa de perder. É capaz de dar tudo o que tem sem se importar com o que sobra. É capaz até de sacrificar a sua própria vida!
Mas o Eu não gosta e faz de tudo para recuperar esse poder. E logo que a relação ou situação entra no tempo do conhecido e da monotonia e o corpo perde o entusiasmo e a novidade, o Eu recupera o seu papel de voz da razão e da verdade.
Começa a ver o que antes não via. Começa a perceber o que antes não percebia. Começa a encontrar defeitos imperdoáveis e caraterísticas que não o satisfazem.
Devemos então seguir a voz da Razão ou o Coração?
Do ponto de vista do que significa a palavra “razão” é o Eu que a detém.
O Eu gosta de analisar, de refletir, de julgar e de comparar. Gosta de ultrapassar problemas, mas também de os criar.
O Eu gosta de ter o controle sobre si mesmo e não gosta de ver o seu papel tornado irrelevante.
Mas do ponto de vista de onde está a verdade, e do que é o melhor caminho para uma pessoa, a escolha já poderá ser outra.
Afinal, estamos certos quando olhamos para uma situação com os olhos da paixão ou de amor ou com os olhos da raiva ou do medo?
Perguntando assim a resposta não seria muito difícil, pois não?
Seguimos com a cabeça quando pensamos os prós e os contras. Seguimos o coração quando sentimos o que nos faz sentir melhor ou pior. O que deixa o nosso coração mais leve ou mais pesado.
Usar estes dois centros de saber, o cérebro e o coração, ao mesmo tempo não é possível.
Por vezes o Eu ilude-se a dizer que segue o seu coração, mas basta ser o Eu a falar, para isso não ser verdade.
A partir do momento em que usamos o pensamento para avaliar uma situação e escolher o caminho a seguir, estamos a abafar o coração e aquilo que sentimos.
Por outro lado, quando o coração realmente fala mais alto, o Eu não tem voto na matéria e não é ouvido.
Seguir o coração é sentir como nos sentimos perante duas diferentes situações, por exemplo, escolher entre aceitar uma situação ou recusá-la, continuar a fazer algo ou parar, continuar um caminho ou mudar de direção.
O coração poderá não nos dar a resposta clara e exata, na verdade raramente o faz, mas perante uma situação ou a outra não há ninguém que não saiba qual é a melhor para si.
Sabe porque sente. Sabe porque uma hipótese dá um pouco mais de aperto no peito e a outra dá um pouco mais de leveza!
Saber sabemos sempre, mas quase sempre também, o ser humano opta por ignorar o que sente e pergunta ao seu Eu o que acha … e o Eu acha sempre tanta coisa!
Mas teremos nós realmente outra escolha senão confiar e seguir o Coração?
Cada célula, cada molécula, cada átomo do nosso corpo, tem uma vibração, tem pensamento, e tem intenção.
A intenção de cada molécula, ou o seu propósito, é criada antes mesmo da nossa nascença, e ao longo da vida vai-se tornando sempre mais, e por isso, também diferente.
Aquele Que Sou é o conjunto de todas as intenções, iniciais e adicionadas, as preferências pessoais, crenças e hábitos.
Aquele Que Sou está presente em cada molécula do nosso corpo e é o todo dessa informação.
Quando o Eu introduz pensamentos diferentes Aquele Que Sou, estes pensamentos diminuem a velocidade da vibração das moléculas, pois causam bloqueio à sua energia, e o Eu sente emoção negativa.
Quando o Eu não introduz pensamentos contraditórios, a emoção é positiva, pois as moléculas vibram a uma velocidade positiva para servir as intenções de Aquele Que Sou.
Este é o estado normal e este é o estado em que desejamos viver.
Esta emoção positiva ou negativa é sentida na zona do estômago e da barriga, mas o sentimento é criado no coração.
O Eu sente o seu coração a ficar mais leve ou mais pesado quando pondera uma ou outra situação, e é este sentimento que lhe está a indicar qual o melhor caminho a seguir, qual a escolha que deve fazer para seguir os seus propósitos e intenções de vida.
O Eu muitas vezes acha que tem o poder de decidir o que quer para a sua vida e o que é melhor para si, mas não tem.
O Eu ou limita-se a acompanhar as intenções de Aquele Que Sou ou vive a colocar pedras no seu próprio caminho.
O poder e a força de Aquele Que Sou é superior a tudo e é impossível de anular ou abafar com a intenção do Eu.
Claro que o Eu pode iludir-se durante algum tempo ou até a sua vida inteira, pode ignorar o que sente e fazer de conta que vive feliz com as metas que vai alcançando e os caminhos que vai escolhendo.
Mas não adianta o que o Eu quer. Ou ouve e respeita as vontades de Aquele Que Sou ou vive uma vida de sofrimento e dor emocional e eventualmente também física.
O Eu chega a um ponto da sua vida e está perdido. Não entende o que fez mal, não entende para onde olhar.
Habituou-se a olhar para fora de si mesmo e esqueceu-se que as respostas estão só dentro de si.
Porque só Aquele Que Sou tem as intenções que pertencem ao Eu!
O Eu usa o raciocínio e a lógica para decidir e tirar conclusões.
Aquele Que Sou é a decisão e a conclusão.
O Eu pode ter uma opinião igual ou diferente, mas isto só resulta em emoção positiva, no primeiro caso, e em emoção negativa, no segundo caso.
O Eu pode teimar na reflexão, na avaliação e no julgamento para seguir o seu caminho. Pode escolher não ouvir o seu coração. Pode escolher ignorar o que sente. Mas anda e anda e nunca chega a lado nenhum que o preencha e satisfaça.
Pois o Eu jamais pode impor as suas escolhas a Aquele Que Sou. Jamais pode ir contra Aquele Que Verdadeiramente É.
Não sem sofrer as consequências. Não sem provocar emoção negativa e dificultar a sua própria vida.
Devemos então seguir o Coração ou a Razão?!
Só o Coração sabe o que Aquele que Sou intencionou para si.
A razão é o resultado de julgamentos impostos pelas limitações de uma mente que não sabe verdadeiramente quem é.
Mudem-se os tempos e mudam-se os julgamentos.
Mudem-se as nacionalidades e mudam-se os julgamentos.
Mudem-se as companhias, de outros e de informação, e mudam-se os julgamentos.
Mas a verdade de Aquele que Sou é única ao próprio e não muda com as intenções e opiniões de terceiros, sendo neste caso também, o Eu uma voz exterior.
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