E com o ajudar os outros no seu Desenvolvimento Pessoal também não tenciono torná-los melhores pessoas. Sinceramente, digo até, que se não são boas pessoas, não tenho qualquer tipo de interesse em os aturar.
Claro que neste ponto também conta o facto de que para mim, à partida, toda a gente é boa pessoa, e que por vezes anda é um pouco perdida de si mesma e por isso carregadinha de energia negativa.
Conta também o facto de que adoro trabalhar com pessoas e ajudá-las e ir mais além na vida, vê-las a crescer, a ser bem sucedidas, a sentirem-se preenchidas e realizadas no seu caminho pessoal, e pouco me importa o lugar onde estão desde que queiram mudar. Conta também que eu acredito que nenhum lugar emocional é melhor ou pior do que o outro, porque todos são transitórios e temporários, e por isso ninguém é melhor ou pior do que ninguém na vida, e tudo se resume ao crescimento pessoal de cada um em relação a si próprio.
Tendo tudo isto em conta, para mim má pessoa é aquela que quer continuar (com consciência ou não) a ser “má pessoa”. E aí que vá chatear um santo noutra freguesia ;)
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A forma como eu vejo o Desenvolvimento Pessoal é um processo de crescimento pessoal e, consequentemente na vida, melhorando a nossa relação com nós próprios.
Com o Desenvolvimento Pessoal fala-se muito em perdoar, em pensamento positivo, em dar valor às coisas boas, em largar tudo o que nos faz sentir mal, e por isso, acho que muitos confundem o Desenvolvimento Pessoal com uma espécie de curso para ser melhor pessoa.
Talvez por este motivo muitos achem que são sempre os outros que precisam de bastante Desenvolvimento Pessoal e eles nem tanto, porque já são boas pessoas. Têm só uma coisinha ou outra onde admitem que afinal não são perfeitos, e como não ser perfeito também faz parte do ser boa pessoa, parece que assim já estão bem na vida.
Mas o Desenvolvimento Pessoal não é sobre alguém tornar-se melhor pessoa para com os outros. É sobre esta pessoa tornar-se melhor pessoa consigo mesma.
É sobre largar formas e hábitos de pensar que a impedem de seguir o caminho que tem desenhado para si. É sobre reaprender a ouvir e a confiar na sua intuição e ignorar a opinião generalizada, para assim poder ser quem realmente é. É sobre conseguir ter a sua energia molecular a vibrar de uma forma mais elevada, e por isso mais positiva, e poder contribuir para o seu sucesso pessoal e o sucesso coletivo.
É sobre transformar a criação interior para assim poder criar um impacto positivo no exterior.
Assim sendo, perdoar os outros por exemplo, é importante para o Desenvolvimento Pessoal?
Isso depende de cada caso e muitas vezes a resposta é justamente o oposto.
Se uma pessoa convenceu-se de que perdoar é ser boa pessoa e não perdoar é, obviamente, ser má pessoa, e por isso acredita que tem de perdoar, e por isso “força-se” a perdoar, o que faz muitas vezes é culpar-se a si própria por sentir o que sente e não conseguir libertar o que sente, ou até começa a procurar razões para ser a culpada pela situação e assim poder desculpar o outro.
O que esta pessoa conseguiu com tudo isto foi descer na escala emocional por passar de uma emoção de rancor ou culpa sobre outra pessoa, para uma emoção de rancor ou culpa sobre si própria.
Com isto tornou a sua energia mais negativa, por isso sente-se pior e mais deprimida, e fez o processo inverso ao seu Desenvolvimento Pessoal.
Quero com isto dizer que, por vezes, ficar com raiva do mundo e culpar os outros, é um passo positivo no Desenvolvimento Pessoal, quando o estado em que a pessoa estava antes era, por exemplo, um de depressão ou sentimento de impotência.
Tudo depende de onde estamos agora, neste exato momento, e como avançamos para um degrau mais acima.
Mas para este avançar acontecer é preciso sermos honestos connosco mesmos e sentir (e admitir) onde estamos neste agora. Sem julgamentos de nós próprios, sem querer fazer de conta de que as coisas são o que não são, sem medir o nosso caminho e a nossa evolução com o dos outros.
Precisamos também de aceitar que o Desenvolvimento Pessoal não é um caminho que se faz em linha reta e que em cada dia vemos a nossa energia emocional subir e descer, parece que andamos para a frente e para trás, mas o que conta é a evolução no geral e a médio e longo prazo.
Como disse logo no início, eu adoro o Desenvolvimento Pessoal e ajudar as pessoas no seu caminho e, eu acredito, isso não se faz com motivação e falsos paninhos quentes.
A zona de conforto só serve para nos manter onde estamos e para sair dela é preciso sair para o desconforto onde a mudança acontece.
Não estou com isto a querer dizer que o sofrimento é bom ou necessário, de forma nenhuma.
Mas o desconforto é necessário, na medida em que ignorar onde estamos é apenas não nos permitirmos identificar o sofrimento que estamos a sentir e a fazer de conta que ele não existe. E neste caso, mantemo-nos na nossa zona de conforto, mas em contínuo estado de sofrimento, por vezes tão contínuo que até parece que faz parte de nós.
O Desenvolvimento Pessoal é assim mais do que uma escolha pessoal ou uma filosofia de vida. O Desenvolvimento Pessoal é o viver a vida, observando, aprendendo, mudando, e crescendo. Sem isto atrevo-me a dizer que não vivemos, estamos vivos, mas não vivemos, e nesta situação o que sentimos faz sentido … a vida não faz sentido!
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