Na estrada da vida, a direção é sempre em frente, mas tens de saber fazer as curvas.
Por vezes as pessoas querem, ou esperam, ou procuram, respostas concretas com direções precisas.
Querem que lhes digam exatamente se virar para a esquerda ou para a direita num assunto ou noutro. Querem saber qual é exatamente a solução para os seus problemas de uma forma matemática e simples, como acontece no um mais um são dois. Querem descobrir o melhor caminho que ofereça um percurso mais rápido e a direito, como numa linha reta sem margem para desvios, nem rotas alternativas.
Ficam confusas quando ouvem uma coisa e depois ouvem aparentemente o contrário. Ficam irritadas quando descobrem que a solução mágica, afinal não é assim tão mágica. Ficam desapontadas, e desiludidas, e desmotivadas, quando o percurso demora mais do que gostariam, quando afinal não há uma resposta única para todos os problemas que têm e para todas as pessoas com quem falam.
Mas tudo isto deve-se apenas a uma confusão que começa logo no ponto de partida. Porque o caminho sim é sempre uma estrada única e numa só direção. De uma forma simples podemos indicar que é sempre em frente. Mas cabe ao condutor adaptar a sua condução e velocidade às curvas.
Quando uma curva aparece não houve uma mudança de percurso. A curva pode ser mais ou menos acentuada, virar mais para a esquerda ou mais para a direita, pode até fazer um zigue-zague, mas não há uma mudança de direção.
Perante estas espécies de obstáculos, o condutor deverá fazer mais atenção e abrandar tanto quanto o necessário. Mas não precisa de parar, nem de desistir da sua viagem.
O que acontece na estrada da vida é que perante estas curvas as pessoas muitas vezes ficam confusas e acham que há algo de errado, pois a estrada já não é uma linha reta.
Por vezes acham que a curva indica a necessidade de virar para um dos lados e optam por seguir um caminho diferente.
Por vezes revoltam-se com a incoerência da linha reta e já não querem saber do caminho, preferindo voltar para trás.
Por vezes não sabem o que pensar e o que sentir sobre estas curvas e ficam paradas, imobilizadas, há espera de alguém que lhes dê um empurrão na direção certa.
Mas façam o que fizerem a estrada continua a mesma e o caminho possível a seguir para a frente é só um.
E como este caminho nunca tem fim, também não há como medir se já vamos mais para a frente ou mais para trás. Apenas vamos ... seguindo para a frente ou fazendo uns desvios pelo caminho para depois retornar à estrada. Ainda mais fortes, mais sábios, mais destemidos ... mais conhecedores da estrada.