Quando a mente anda muito ativa e cansada o remédio muitas vezes é procurar algo que nos distraia.
Chamamos a isto entretenimento, que passa por ver um programa na tv, jogar um jogo, deslizar o dedo pelas redes sociais, etc, etc.
Para alguns a forma de distrair é dar uma corrida, para outros é procurar alternativas mais zen que envolvam silêncio e calma, como pintar num livro de colorir.
De certa forma, a procura de ajuda é instintiva quando nos sentimos sobrecarregados por uma mente que não quer parar, nem sequer abrandar.
Muitas vezes nem paramos para refletir no que está a acontecer e o porquê da vontade que sentimos em procurar o entretenimento ou a distração.
É o que queremos, e por isso fazemos, mas serão as nossas escolhas sempre o melhor para nós e o que nos vai dar os resultados que realmente buscamos?
Durante o entretenimento, seja ele de que espécie for, a mente consciente não é necessária para a ação.
O corpo está a receber informação e/ou a realizar uma ação que já foi aprendida.
Durante uma corrida, por exemplo, o corpo já sabe como colocar um pé em frente ao outro e aumentar a velocidade. A mente consciente pode por isso abstrair-se da ação e deixar o corpo fazer aquilo que sabe fazer.
Durante o colorir de um desenho o corpo também já sabe como realizar a ação e não precisa da mente consciente, por isso é considerado uma distração ou entretenimento.
Uma criança que ainda não domine a arte de pintar dentro das linhas não irá estar muito relaxada se lhe for exigido perfeição ou então irá encarar a tarefa como um desafio, mas a sua mente consciente irá estar bem ativa e a comandar a situação.
Durante o tipo comum de entretenimento, como a tv, a ação do corpo é praticamente inexistente e aqui nem a mente consciente, nem o corpo, têm de dominar a arte de algo. É o tipo de entretenimento que está logo à partida acessível a todos e seja qual for a idade. É um entretenimento fácil, comodo, que dá satisfação imediata, e por isso rapidamente torna-se o recurso nr 1 da mente que quer desligar de si mesma.
O mal da tv e similares é que a mente está constantemente a receber mais informação, visual, auditiva e sensitiva, o que faz com que fique ainda mais sobrecarregada, quando o suposto pretendido era estar a esvaziar informação.
As outras opções acabam por ser melhores, porque a quantidade de informação que entra é muito menor, mas será que desligar a mente consciente é o melhor para nós e o que a vai tornar mais calma e positiva?
Basicamente podemos dizer que existem quatro estados da mente consciente …
Chamo especial atenção, pelo propósito deste artigo, para a mente inativa e pensante.
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1. Ativa e Pensante – quando estamos a debater um assunto com os nossos pensamentos, a imaginar, a relembrar, a raciocinar.
Aqui é produzida emoção e podemos usar este estado para produzir emoção positiva.
Na verdade, este é o estado onde temos mais controle sobre os nossos pensamentos, e podemos decidir onde queremos focar e o que queremos pensar, e por isso, escolher focar em coisas boas que nos aconteceram no passado ou desejos que temos para o futuro.
Mas não é fácil fazer a transição de uma mente que está presa a uma energia de pensamento negativo para uma positiva, e também a maioria das pessoas não sabe que tem este poder de escolher e acredita que é controlada pela sua mente, em vez de saber que tem o controle sobre ela.
Outro problema também é que o cérebro, no geral, está formatado para dar mais atenção a tudo o que possa ser uma ameaça à nossa sobrevivência. Por esse motivo está formatado para focar nos problemas, no que corre mal, no que não corre como planeado, no perigo do incerto. E formatar o cérebro de outra forma não acontece de um dia para o outro, nem nunca na sua totalidade, e a informação que ele desta forma seleciona quase que nos obriga a pensar no lado negativo de qualquer situação.
Por vezes pensamos que estamos a pensar no que queremos, mas não estamos, estamos a pensar no que precisamos devido ao que não temos.
O segredo é usar a emoção para nos guiar na direção certa. Prestando atenção no corpo e como nos sentimos, sabemos se estamos a manifestar emoção negativa ou positiva, e assim se estamos a pensar no positivo ou no negativo.
A isto chama-se consciência, que vai muito além de uma mente consciente. É estar presente, em cada momento, de corpo e mente.
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Aqui não é produzida emoção, nem positiva, nem negativa.
Durante a meditação o objetivo é travar o fluxo de pensamentos da mente consciente, mas para isto acontecer a mente consciente tem de estar muito ativa, muito atenta e muito focada.
Uma das formas mais fáceis de meditar é focar em algo específico e só nessa coisa, como a nossa respiração, a chama de uma vela, uma música, um barulho, repetir uma frase, etc. Mas também podemos meditar enquanto contemplamos algo através dos nossos sentidos ou enquanto focamos em nós, no interior do nosso corpo, ou no espaço que nos envolve.
Durante a meditação a mente está atenta, está focada numa só tarefa. E como a mente consciente não consegue fazer mais do que uma coisa ao mesmo tempo, enquanto está fixada num som específico, por exemplo, não consegue fazer mais nada, nem pensar, e assim o fluxo desenfreado de pensamentos é parado.
Com o tempo a capacidade de manter o foco torna-se maior, mas especialmente no início, a mente vagueia muito, sendo necessário aumentar a consciência e encaminhar a mente para a tarefa pretendida.
Por este motivo a meditação é tão benéfica … aumenta a consciência, aumenta a capacidade de foco e treina uma mente rebelde, inquieta, e sempre a saltar de um assunto para outro.
A ciência mostra também que as partes do cérebro que são utilizadas para esta tarefa, e que não envolve pensamento, aumentam a autoconsciência, a compaixão e a reflexão. Também melhoram o controle emocional e resposta aos acontecimentos.
Ou seja, durante a meditação em si, a energia emocional torna-se apenas neutra, mas com a prática continuada treinamos o cérebro a comportar-se de uma forma mais positiva, focando em aspetos mais positivos e libertando o hábito de procurar problemas.
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Continuamos a produzir emoção, mas sem sentirmos.
Durante este estado não pensamos em nada, supostamente, pois a mente consciente está alheia à situação, mas toda a atividade continua sem a nossa consciência.
Ficamos imersos pela situação e sem qualquer tipo de controle.
Pomos o nosso pensamento de lado pela atividade que estamos a observar ou a desempenhar, mas a mente continua a pensar.
Se estamos a desempenhar uma tarefa que é um hábito, muitos pensam que a mente consciente está a realizar essa ação, mas não está, senão era uma aprendizagem e não um hábito. Outros pensam que a mente está em modo de meditação, e por vezes é esse o caso, mas na maioria das situações o que se passa é que o hábito desempenha a ação e a mente continua a divagar sem a nossa consciência.
Quando estamos a falar de entretenimento, o tipo de pensamento normalmente é em função do que está a acontecer do lado de fora a nós e a nossa emoção irá quase sempre ser de acordo com o tipo de conteúdo que estamos a assimilar.
Se os personagens estão tristes, nós ficamos tristes e se o enredo causa suspense, nós ficamos com medo. No deslizar o dedo pelas redes sociais também há uma inatividade de consciência que nos leva a responder emocionalmente a cada post, um de cada vez. Ora uma coisa divertida e pomos um smile, ora uma notícia interessante e pomos um gosto, ora algo que não gostamos e fazemos cara feia, ora algo desinteressante e … continuamos a deslizar para o próximo. Limitamo-nos a responder ao que aparece à frente, e para isso não precisamos da consciência, pois é uma resposta automática do corpo em função das opiniões que temos gravadas dentro de nós como sendo a nossa maneira de ser.
Tudo isto dá uma pausa à mente consciente que já não precisa de trabalhar. Não tem nada para descobrir ou resolver, não tem nada para analisar ou decidir, não tem nada para aprender ou criar.
E assim a pessoa sente-se entretida, pois foi distraída. Distraída de si própria.
A mente está a produzir pensamentos e está a manifestar emoção, mas a pessoa não tem consciência.
Quando algo causa uma emoção mais forte, esta não passa despercebida, mas mesmo assim, como é uma resposta a algo fora de nós, achamos que nada tem a ver com a atividade da nossa mente, não ficamos a matutar na emoção, e esta passa tão rápida quanto veio.
A mente aprende, no entanto, a dar mais importância ao que está fora de si mesma. Aprende a responder de forma imediata aos acontecimentos sem controle mental ou emocional. Aprende a divagar, a saltar de assunto para assunto.
Fica mais incapaz de refletir sobre um assunto, pois isto requer foco e permanência. Fica mais incapaz de escolher ao que quer dar atenção.
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Aqui não é produzida emoção.
Este estado é necessário para haver uma pausa necessária à atividade cerebral e para que o corpo e mente possam se restabelecer.
É a pausa necessária também à emoção, para podermos parar a “bola de neve” que desencadeia-se durante o dia, e podermos começar tudo de novo no dia seguinte.
Isto é possível! A cada dia começar de novo! Mas para isso é preciso que logo no primeiro segundo de atividade da mente a pessoa escolha onde quer focar, em vez de fazer o exercício de lembrar-se onde estava antes de adormecer.
Sabes aqueles dias em que acordas e por uns bons segundos não te lembras onde estás, que dia da semana é e de onde vens e para onde vais? Chega a ser inquietante, não é?
Pensamos e pensamos até vir tudo novamente à nossa mente consciente, e claro que, termos certo tipo de informação, como: está na hora de pôr a pé e ir trabalhar, dá jeito, mas não ficamos satisfeitos só com a informação prática … queremos também saber onde estávamos emocionalmente e é este o tipo de informação que normalmente não nos serve para mais nada senão dar continuidade à emoção do dia anterior.
Se era positiva ótimo. Se era negativa é útil pensares antes de adormeceres que tudo o que passou, passou, e que queres usar a tua noite de sono para esquecer e deixar para trás, e no dia seguinte começar com pensamentos positivos e emoção positiva.
Claro que tudo isto requer um empenho, uma intenção. Uma atividade pensante e com consciência da mente consciente, que escolhe o que quer largar e onde quer focar.
Na verdade, este é o estado onde temos mais controle sobre os nossos pensamentos, e podemos decidir onde queremos focar e o que queremos pensar, e por isso, escolher focar em coisas boas que nos aconteceram no passado ou desejos que temos para o futuro.
Mas não é fácil fazer a transição de uma mente que está presa a uma energia de pensamento negativo para uma positiva, e também a maioria das pessoas não sabe que tem este poder de escolher e acredita que é controlada pela sua mente, em vez de saber que tem o controle sobre ela.
Outro problema também é que o cérebro, no geral, está formatado para dar mais atenção a tudo o que possa ser uma ameaça à nossa sobrevivência. Por esse motivo está formatado para focar nos problemas, no que corre mal, no que não corre como planeado, no perigo do incerto. E formatar o cérebro de outra forma não acontece de um dia para o outro, nem nunca na sua totalidade, e a informação que ele desta forma seleciona quase que nos obriga a pensar no lado negativo de qualquer situação.
Por vezes pensamos que estamos a pensar no que queremos, mas não estamos, estamos a pensar no que precisamos devido ao que não temos.
O segredo é usar a emoção para nos guiar na direção certa. Prestando atenção no corpo e como nos sentimos, sabemos se estamos a manifestar emoção negativa ou positiva, e assim se estamos a pensar no positivo ou no negativo.
A isto chama-se consciência, que vai muito além de uma mente consciente. É estar presente, em cada momento, de corpo e mente.
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2. Ativa e Não Pensante – por exemplo quando fazemos meditação e usamos a nossa intenção para afastar o pensamento.
Aqui não é produzida emoção, nem positiva, nem negativa.
Durante a meditação o objetivo é travar o fluxo de pensamentos da mente consciente, mas para isto acontecer a mente consciente tem de estar muito ativa, muito atenta e muito focada.
Uma das formas mais fáceis de meditar é focar em algo específico e só nessa coisa, como a nossa respiração, a chama de uma vela, uma música, um barulho, repetir uma frase, etc. Mas também podemos meditar enquanto contemplamos algo através dos nossos sentidos ou enquanto focamos em nós, no interior do nosso corpo, ou no espaço que nos envolve.
Durante a meditação a mente está atenta, está focada numa só tarefa. E como a mente consciente não consegue fazer mais do que uma coisa ao mesmo tempo, enquanto está fixada num som específico, por exemplo, não consegue fazer mais nada, nem pensar, e assim o fluxo desenfreado de pensamentos é parado.
Com o tempo a capacidade de manter o foco torna-se maior, mas especialmente no início, a mente vagueia muito, sendo necessário aumentar a consciência e encaminhar a mente para a tarefa pretendida.
Por este motivo a meditação é tão benéfica … aumenta a consciência, aumenta a capacidade de foco e treina uma mente rebelde, inquieta, e sempre a saltar de um assunto para outro.
A ciência mostra também que as partes do cérebro que são utilizadas para esta tarefa, e que não envolve pensamento, aumentam a autoconsciência, a compaixão e a reflexão. Também melhoram o controle emocional e resposta aos acontecimentos.
Ou seja, durante a meditação em si, a energia emocional torna-se apenas neutra, mas com a prática continuada treinamos o cérebro a comportar-se de uma forma mais positiva, focando em aspetos mais positivos e libertando o hábito de procurar problemas.
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3. Inativa e pensante – isto acontece quando usamos algo para nos distrair, como ver tv, jogar um jogo, ou pintar um livro de colorir, ou a distração acontece devido à prática de um hábito, como conduzir ou correr.
Continuamos a produzir emoção, mas sem sentirmos.
Durante este estado não pensamos em nada, supostamente, pois a mente consciente está alheia à situação, mas toda a atividade continua sem a nossa consciência.
Ficamos imersos pela situação e sem qualquer tipo de controle.
Pomos o nosso pensamento de lado pela atividade que estamos a observar ou a desempenhar, mas a mente continua a pensar.
Se estamos a desempenhar uma tarefa que é um hábito, muitos pensam que a mente consciente está a realizar essa ação, mas não está, senão era uma aprendizagem e não um hábito. Outros pensam que a mente está em modo de meditação, e por vezes é esse o caso, mas na maioria das situações o que se passa é que o hábito desempenha a ação e a mente continua a divagar sem a nossa consciência.
Quando estamos a falar de entretenimento, o tipo de pensamento normalmente é em função do que está a acontecer do lado de fora a nós e a nossa emoção irá quase sempre ser de acordo com o tipo de conteúdo que estamos a assimilar.
Se os personagens estão tristes, nós ficamos tristes e se o enredo causa suspense, nós ficamos com medo. No deslizar o dedo pelas redes sociais também há uma inatividade de consciência que nos leva a responder emocionalmente a cada post, um de cada vez. Ora uma coisa divertida e pomos um smile, ora uma notícia interessante e pomos um gosto, ora algo que não gostamos e fazemos cara feia, ora algo desinteressante e … continuamos a deslizar para o próximo. Limitamo-nos a responder ao que aparece à frente, e para isso não precisamos da consciência, pois é uma resposta automática do corpo em função das opiniões que temos gravadas dentro de nós como sendo a nossa maneira de ser.
Tudo isto dá uma pausa à mente consciente que já não precisa de trabalhar. Não tem nada para descobrir ou resolver, não tem nada para analisar ou decidir, não tem nada para aprender ou criar.
E assim a pessoa sente-se entretida, pois foi distraída. Distraída de si própria.
A mente está a produzir pensamentos e está a manifestar emoção, mas a pessoa não tem consciência.
Quando algo causa uma emoção mais forte, esta não passa despercebida, mas mesmo assim, como é uma resposta a algo fora de nós, achamos que nada tem a ver com a atividade da nossa mente, não ficamos a matutar na emoção, e esta passa tão rápida quanto veio.
A mente aprende, no entanto, a dar mais importância ao que está fora de si mesma. Aprende a responder de forma imediata aos acontecimentos sem controle mental ou emocional. Aprende a divagar, a saltar de assunto para assunto.
Fica mais incapaz de refletir sobre um assunto, pois isto requer foco e permanência. Fica mais incapaz de escolher ao que quer dar atenção.
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4. Inativa e Não Pensante – quando estamos, por exemplo, a dormir ou sob o efeito de uma anestesia.
Aqui não é produzida emoção.
Este estado é necessário para haver uma pausa necessária à atividade cerebral e para que o corpo e mente possam se restabelecer.
É a pausa necessária também à emoção, para podermos parar a “bola de neve” que desencadeia-se durante o dia, e podermos começar tudo de novo no dia seguinte.
Isto é possível! A cada dia começar de novo! Mas para isso é preciso que logo no primeiro segundo de atividade da mente a pessoa escolha onde quer focar, em vez de fazer o exercício de lembrar-se onde estava antes de adormecer.
Sabes aqueles dias em que acordas e por uns bons segundos não te lembras onde estás, que dia da semana é e de onde vens e para onde vais? Chega a ser inquietante, não é?
Pensamos e pensamos até vir tudo novamente à nossa mente consciente, e claro que, termos certo tipo de informação, como: está na hora de pôr a pé e ir trabalhar, dá jeito, mas não ficamos satisfeitos só com a informação prática … queremos também saber onde estávamos emocionalmente e é este o tipo de informação que normalmente não nos serve para mais nada senão dar continuidade à emoção do dia anterior.
Se era positiva ótimo. Se era negativa é útil pensares antes de adormeceres que tudo o que passou, passou, e que queres usar a tua noite de sono para esquecer e deixar para trás, e no dia seguinte começar com pensamentos positivos e emoção positiva.
Claro que tudo isto requer um empenho, uma intenção. Uma atividade pensante e com consciência da mente consciente, que escolhe o que quer largar e onde quer focar.